Cirurgia de amigdalectomia: Explicação do procedimento por um especialista
A cirurgia de amigdalectomia, ou remoção das amígdalas, é um dos procedimentos cirúrgicos mais comuns, especialmente em crianças, mas também pode ser necessária em adultos. As amígdalas, que fazem parte do sistema linfático, desempenham um papel na defesa do organismo contra infecções, mas em alguns casos, sua remoção é indicada para melhorar a saúde e a qualidade de vida do paciente.
Neste artigo, vamos conhecer o que é a
cirurgia de amigdalectomia, quando ela é indicada, como é realizada e como é o processo de recuperação. Continue lendo para entender mais sobre este procedimento e o que esperar antes, durante e depois da cirurgia.
O que é a cirurgia de amigdalectomia?
A cirurgia de amigdalectomia consiste na
remoção das amígdalas, que são glândulas localizadas na parte posterior da garganta e fazem parte do sistema imunológico, ajudando a combater infecções. No entanto, quando as amígdalas se tornam
cronicamente inflamadas ou frequentemente infectadas, a remoção delas pode ser indicada.
Indicações para a cirurgia de amigdalectomia
A cirurgia de amigdalectomia pode ser recomendada por várias razões, dependendo da condição clínica do paciente. A seguir, estão as principais situações em que esse procedimento é indicado:
Amigdalite recorrente
A amigdalite, caracterizada pela inflamação das amígdalas devido a
infecções bacterianas ou virais, pode se tornar um problema recorrente para alguns pacientes. Quando ocorrem
múltiplos episódios
ao longo do ano, a remoção das amígdalas pode ser indicada para prevenir novas infecções e melhorar a qualidade de vida. De acordo com a American Academy of Otolaryngology, a amigdalectomia é considerada apropriada quando há
mais de sete episódios de amigdalite em um ano, ou cinco episódios anuais ao longo de dois anos consecutivos.
Apneia obstrutiva do sono
O aumento excessivo das amígdalas, conhecido como
hipertrofia, pode causar
obstrução das vias aéreas, resultando em apneia obstrutiva do sono. Essa condição provoca pausas na respiração durante o sono, levando a uma série de problemas, como sono de baixa qualidade, fadiga durante o dia e outras complicações de saúde. A remoção das amígdalas pode ser uma solução eficaz para aliviar essa obstrução e melhorar a respiração noturna.
Amigdalite caseosa (formação de caseum)
A amigdalite caseosa ocorre quando há formação de caseum, um acúmulo de restos de alimentos e células mortas nas criptas amigdalianas. Isso pode causar mau hálito, desconforto na garganta e sensação de corpo estranho. Para pacientes que apresentam esse quadro de forma crônica e não respondem bem a tratamentos clínicos, a amigdalectomia pode ser indicada como forma de solucionar o problema definitivamente.
Abscesso periamigdaliano
Um abscesso periamigdaliano, que é uma
acumulação de pus ao redor das amígdalas geralmente decorrente de uma complicação da amigdalite, pode ser extremamente doloroso e perigoso se não tratado. Nesses casos, a amigdalectomia pode ser necessária para drenar o abcesso e prevenir futuros episódios.
Indicações oncológicas
Embora seja uma indicação menos frequente, a amigdalectomia também pode ser realizada para
remover tumores nas amígdalas, sejam eles benignos ou malignos. A remoção das amígdalas pode fazer parte do tratamento oncológico, visando
prevenir a disseminação do câncer ou para realizar uma
biópsia
diagnóstica.
Como é realizada a cirurgia de amigdalectomia?
A amigdalectomia é um procedimento cirúrgico relativamente
simples e rápido. A seguir, estão as principais etapas do processo:
Preparação pré-operatória
Antes da cirurgia, o paciente passa por uma
avaliação médica para garantir que está em condições de saúde adequadas para o procedimento. Esta avaliação pode incluir exames de sangue, análise das vias aéreas e uma revisão do histórico médico. Além disso, é necessário manter
jejum
nas horas que antecedem a cirurgia para minimizar os riscos associados à anestesia.
Procedimento cirúrgico
Durante a cirurgia, o paciente é colocado sob
anestesia geral. O cirurgião utiliza instrumentos especializados para remover as amígdalas
através da boca, sem a necessidade de incisões externas. Existem diferentes técnicas para a realização da amigdalectomia, como o uso de
bisturi, laser ou cauterização. A escolha da técnica depende das particularidades de cada caso e da preferência do cirurgião.
Pós-operatório imediato
Após a remoção das amígdalas, o paciente é levado à sala de recuperação, onde permanece sob
observação até que os efeitos da anestesia desapareçam. A maioria dos pacientes pode voltar para casa no mesmo dia, embora em alguns casos, especialmente em crianças ou em situações de maior risco, uma internação de uma noite pode ser recomendada para garantir a segurança e o bem-estar do paciente.
Recuperação pós-cirúrgica
A recuperação após a amigdalectomia pode variar de acordo com cada paciente, mas
geralmente leva de uma a duas semanas. Abaixo, destacamos as principais etapas desse período de recuperação:
- Cuidados em casa
É comum que o paciente experimente dor na garganta após a cirurgia, que pode se estender para os ouvidos. O médico prescreve analgésicos para aliviar esse desconforto. Manter uma hidratação adequada e seguir uma dieta com alimentos macios e frios nos primeiros dias é fundamental para evitar irritação na área operada e facilitar a recuperação.
- Riscos e complicações
Embora a amigdalectomia seja um procedimento geralmente seguro, existem alguns riscos, como sangramentos, infecções e reações adversas à anestesia. Seguir rigorosamente as orientações médicas é essencial, além de ficar atento a sinais de complicações, como febre alta, dor intensa que não cede com analgésicos ou sangramento significativo.
- Retorno às atividades normais
A maioria dos pacientes pode retomar suas atividades diárias, incluindo escola ou trabalho, em cerca de duas semanas, dependendo de como está se recuperando. Exercícios físicos intensos devem ser evitados por pelo menos duas semanas após a cirurgia para minimizar o risco de sangramento.
Restou alguma dúvida?
O que é a cirurgia de amigdalectomia?
A cirurgia de amigdalectomia é a remoção cirúrgica das amígdalas, geralmente realizada para tratar amigdalite recorrente, apneia obstrutiva do sono ou outras condições que afetam as amígdalas.
Como devo me preparar para a cirurgia de amigdalectomia?
Antes da cirurgia, o paciente deve seguir orientações de jejum e evitar certos medicamentos que podem aumentar o risco de sangramento. Uma avaliação pré-operatória completa também é realizada.
A cirurgia de amigdalectomia doi?
O procedimento em si não causa dor, pois é realizado sob anestesia geral. No entanto, o pós-operatório pode ser doloroso, especialmente na garganta, e pode durar vários dias.
Quanto tempo a recuperação da cirurgia das amígdalas?
A recuperação completa geralmente leva de 10 a 14 dias, com melhora gradual dos sintomas durante esse período.
Como é o pós-operatório da retirada das amígdalas?
O pós-operatório inclui dor na garganta, possível dor de ouvido, dieta de alimentos macios e hidratação, além do uso de analgésicos prescritos.
Quais cuidados são necessários para minimizar o risco de sangramento após a amigdalectomia?
Manter repouso adequado, evitar alimentos duros e quentes, e seguir rigorosamente as orientações médicas são essenciais para minimizar o risco de sangramento.
Qual o risco da cirurgia das amígdalas?
Os principais riscos incluem sangramento, infecção e reações à anestesia, mas complicações graves são raras.
Quem não tem amígdalas pode ter dor de garganta?
Sim, ainda é possível ter dor de garganta após a retirada das amígdalas, mas as infecções tendem a ser menos frequentes.
O que muda depois de retirar as amígdalas?
A maioria das pessoas experimenta menos infecções de garganta e melhora nos problemas respiratórios, como apneia do sono.
Qual a melhor idade para retirar as amígdalas?
A cirurgia pode ser realizada em qualquer idade, mas é mais comum entre 3 e 7 anos, quando os benefícios superam os riscos.
A cirurgia de amigdalectomia pode afetar a voz?
Geralmente, a cirurgia não afeta a voz de maneira significativa, mas alguns pacientes podem notar uma mudança temporária devido ao inchaço pós-operatório.
Quantos dias após a cirurgia de amígdalas pode comer?
Alimentos macios e frios podem ser consumidos imediatamente após a cirurgia; a dieta normal é geralmente retomada após 10 a 14 dias.
O que posso comer após a cirurgia de amigdalectomia?
Após a cirurgia, é recomendado consumir alimentos macios e frios, como sorvete, purê de batatas e gelatina, para evitar irritação na área operada e facilitar a recuperação.
É normal perder o paladar depois da amigdalectomia?
Pode ocorrer uma alteração temporária no paladar, que geralmente retorna ao normal após algumas semanas.
Pode escovar os dentes depois de tirar as amígdalas?
Sim e deve, a escovação dos dentes pode ser feita com cuidado para evitar irritação na área operada.
Como a cirurgia de amigdalectomia pode impactar a imunidade a longo prazo?
Embora as amígdalas façam parte do sistema imunológico, a remoção delas geralmente não afeta significativamente a capacidade do corpo de combater infecções, especialmente em adultos.
A cirurgia de amigdalectomia pode melhorar problemas respiratórios noturnos além da apneia?
Sim, além de tratar a apneia obstrutiva do sono, a remoção das amígdalas pode aliviar outros problemas respiratórios noturnos, como ronco severo.
Existe um melhor momento do ano para realizar a amigdalectomia?
Embora a cirurgia possa ser realizada em qualquer época do ano, alguns médicos recomendam evitar os meses de inverno, quando infecções respiratórias são mais comuns.
Otorrinolaringologia e Medicina do Sono | Dr. Alexandre Nakasato
A cirurgia de amigdalectomia é um procedimento eficaz e seguro para tratar uma variedade de condições que afetam as amígdalas. Embora a recuperação possa ser desconfortável, os benefícios a longo prazo geralmente superam os riscos, resultando em uma
melhora significativa na qualidade de vida do paciente. Se você ou seu filho foi recomendado para uma amigdalectomia, é importante
discutir todas as opções e expectativas com um médico para garantir a melhor abordagem para o seu caso.
O
Dr. Alexandre Nakasato é um renomado
otorrinolaringologista e especialista em Medicina do Sono, com formação pela USP e vasta experiência em diagnósticos e tratamentos de condições como ronco, apneia, rinite, e sinusite. Com uma abordagem humanizada e foco em resultados, ele alia
conhecimento técnico e inovação para proporcionar cuidados de excelência, sempre priorizando o bem-estar e a segurança de seus pacientes
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